A decisão do prefeito Edilson Piaia (PL) de criar uma Secretaria Municipal de Turismo em Campo Novo do Parecis escancara, mais uma vez, o distanciamento da atual gestão das reais necessidades da população. Em um município que enfrenta graves problemas na saúde, gargalos históricos na infraestrutura e desafios constantes na educação, a medida soa como um ato de completa desconexão administrativa
para muitos, Piaia segue mais perdido que cego em tiroteio.
Enquanto unidades de saúde sofrem com falta de profissionais, exames e atendimento digno; enquanto ruas seguem esburacadas, bairros carecem de drenagem e obras básicas se arrastam; e enquanto a educação luta para manter qualidade, estrutura e valorização dos servidores, o prefeito opta por ampliar a máquina pública, criando mais uma secretaria, com novos cargos, despesas e custos permanentes aos cofres municipais.
O discurso do desenvolvimento turístico não se sustenta diante da realidade.
Campo Novo do Parecis, hoje, não carece de mais estruturas administrativas, mas sim de gestão eficiente, prioridades bem definidas e responsabilidade com o dinheiro público. Turismo se constrói com planejamento de longo prazo, infraestrutura adequada e serviços básicos funcionando não com o simples ato de criar uma secretaria por decreto.
A contradição é evidente: em vez de enxugar gastos, rever contratos e buscar eficiência, a administração prefere inflar a estrutura pública, aumentando despesas em um momento em que o próprio governo municipal já reconheceu dificuldades, inclusive ao decretar crise na saúde.
A pergunta que fica é simples e direta: como justificar novos gastos quando falta o essencial?
A criação da Secretaria de Turismo acaba se tornando um símbolo de uma gestão que governa sem foco, sem prioridades claras e sem sensibilidade social. O município não precisa de mais cargos, precisa de soluções. E a população começa a perceber que, enquanto os problemas reais se acumulam, o governo municipal segue apostando em decisões que mais parecem improviso do que planejamento.
Campo Novo do Parecis exige seriedade, responsabilidade fiscal e compromisso com o básico.
Tudo o que, até agora, essa decisão não demonstra.




















































































